Valorizar o simples é bem viver
Delícia é entrar numa sala recém-limpa e arrumada, provar uma comida caseira bem feita, sentir o toque de uma roupa limpa, seca ao sol e bem passada. Limpar, arrumar, cozinhar. Todos costumamos brigar com esses atos cotidianos, mas, não importa o nível de instrução, a classe social ou a faixa etária, estar alimentado e ter a roupa e o ambiente onde se vive limpos e em harmonia são a base para todas as outras realizações. Só se percebe o quanto tudo isso é importante quando falta roupa limpa na gaveta, comida pronta na mesa e assim por diante…
Realizar esses atos simples é uma forma de mexer com a energia interna e com a criatividade; “É difícil quebrar a barreira cultural e enxergar essas tarefas como fonte de energia e prazer, e isso vale para mulheres e homens”. Não importa o que você faz, mas sim como faz, o que está acontecendo na alma enquanto realiza algo. Se varro um quintal com raiva de estar fazendo isso vou ficar exausta. Se, ao contrário, faço a atividade com atenção e cuidado, essa boa energia retorna à alma e cria uma sensação de bem-estar.
O que vou fazer agora? O que pretendo comunicar arrumando a casa? Como vou preparar o arroz pela milésima vez? Fazer essas perguntas antes de começar um trabalho rotineiro nos aproxima do gosto pela descoberta: ” Cada vez que começo uma atividade tem de ser como se fosse pela primeira vez. As crianças têm esse comportamento e não se importam de ouvir histórias e brincar das mesmas coisas repetidas vezes. Essencial é aplicar esse conceito no feijão-com-arroz de todo dia”. Os processos de auto-conhecimento muitas vezes são estimulados apenas por meio das atividades cotidianas.
Autora: Monika Von Koss
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Um praticante certa vez perguntou a um mestre Zen, que ele considerava muito sábio:
“Quais são os tipos de pessoas que necessitam de aperfeiçoamento pessoal?”
“Pessoas como eu.” Comentou o mestre. O praticante ficou algo espantado:
“Um mestre como o senhor precisa de aperfeiçoamento?”
“O aperfeiçoamento,” respondeu o sábio, “nada mais é do que vestir-se, ou alimentar-se…”
“Mas,” replicou o praticante, “fazemos isso sempre! Imaginava que o aperfeiçoamento significasse algo mais profundo para um mestre.”
“O que achas que faço todos os dias?” retrucou o mestre. “A cada dia, buscando o aperfeiçoamento, faço com cuidado e honestidade os atos comuns do cotidiano. Nada é mais profundo do que isso.”